Os efeitos do perdão

Os efeitos do perdão
O perdão por si só não é um sentimento; é uma escolha! Mas a falta do perdão pode trazer à tona muitos sentimentos danosos à vida humana.

Você já passou por circunstâncias em que teve que pedir perdão a alguém?

Quais emoções sentiu?

Muito provavelmente, depois de um constrangimento inicial, sentiu um certo alívio, gratidão e alegria.

Agora, pense numa situação, em que você foi levado a tomar uma decisão equivocada, acusando alguém injustamente, o conduzindo à obrigação de pedir perdão pelo seu ato injusto? Certamente, além do desconforto, talvez você tenha experimentado um pouco de paz, bondade e misericórdia após reconhecer seu erro, e caminhar para o justo reparo. Foi um peso que saiu do seu coração!

Meus irmãos, esse assunto me faz recordar uma história que vivi, quando coloquei minha filha de castigo, quando bem novinha, para corrigi-la de uma desobediência. Pois, na minha avaliação, ela havia agido de maneira diferente de uma ordem que eu tinha dado a ela. Minha filha, mesmo estando certa, cumpriu o castigo, entretanto, minha esposa, sempre atenta, sem tirar a minha autoridade diante dela, me fez ver que minha filha não tinha me desobedecido, eu é que não dei a chance a ela para se justificar, pois minha filha havia me comunicado o que estaria fazendo, eu que não percebi o seu comunicado, tornando aquele meu castigo totalmente injusto.

No mesmo dia pedi perdão à ela, e me lembro como foi constrangedor para mim. Revelei o quanto fui estúpido e injusto, sem sequer ouví-la, impondo um corretivo que ela não  merecia. Nos reconciliamos naquele momento e a lição que aprendi foi que eu precisava dar mais atenção as coisas que minhas filhas falavam comigo.

Passar por um processo de perdão pode ser a chave para melhorar muitos relacionamentos. Mas requer que deixemos de lado nossos sentimentos feridos e o orgulho, para buscar a cura.

Isso não significa que não podemos sentir dor pelas ações de alguém. Mas quer dizer que nós escolhemos deixar de lado o direito de estarmos certos para que possamos consertar os nossos relacionamentos. 

Muitas pessoas vêm lutando contra esse conceito de perdão há um bom tempo. Na realidade, Pedro fez uma pergunta a Jesus sobre esse tema que muitos de nós provavelmente nos identificamos.

Ele perguntou: 

… “Senhor, quantas vezes eu devo perdoar um irmão que peca contra mim? Sete vezes?” Mateus 18:21 NBV-P 

Queridos ouvintes, somos tentados, como Pedro, a estabelecer regras em nossos relacionamentos, pois nos recusamos a passar por cima do nosso orgulho. Queremos uma saída caso as coisas fiquem muito desconfortáveis. Mas não existe limite para o perdão. Aqui está a resposta de Jesus: 

“Não sete vezes!”, respondeu Jesus. “Mas até setenta vezes sete!” Mateus 18:22 NBV-P 

O Mestre de Nazaré, naquele momento, continuou, contando a história de um servo de um rei que coletava a dívida dos credores daquele monarca. Um dos devedores devia milhões de unidades monetárias de sua época, que não tinha condições alguma para pagar, então o rei deveria vender aquele credor e toda sua família, para liquidar a dívida. O relato Bíblico mostra aquele homem clamando por misericórdia, e aquele governante, compadecido, concede o perdão de toda dívida. Mais tarde, o mesmo homem que foi perdoado se negou a perdoar outra pessoa por dever dinheiro a ele. O rei descobre, e o manda para a prisão a fim de pagar totalmente aquele débito. 

Historias como essa nos levam a refletir sobre com que frequência somos tentados a agir como esse homem?

Nós somos perdoados de tantas coisas, e mesmo assim é tão difícil conceder a mesma misericórdia e perdão aos outros.

Mas Jesus, assim como o rei, não está preocupado com o que irão dizer sobre o seu perdão unilateral – Ele simplesmente perdoa e pronto. Joga no mar do esquecimento os nossos pecados e deles não se lembra mais.

Nós somos perdoados de nossos erros e equívocos, por meio da sua graça imerecida, que é uma maneira de sermos justificados perante o Senhor quando sequer merecemos. A nossa única resposta de gratidão natural é conceder esse mesmo nível de perdão a todos que nos cercam!

Entendendo o perdão dessa forma, passamos a ter uma compreensão de que ele não é um sentimento, mas é uma escolha que devemos fazer.

E se seguimos a Jesus, é uma decisão ignorar nossas ofensas e sentimentos feridos para que possamos honrar a Deus e restaurar relacionamentos. 

Esses são os efeitos do perdão sobre nós, que concede reconciliação com o Senhor e com nosso semelhante, que devemos também estender a todos que nos cercam!

Deus te abençoe!

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Acompanha esse texto no Spotify, no podcast Ponto de Equilíbrio 


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